Rir agora.
Já me disse e tentei explicar que já não me interessa dar a mão. Não quero ceder o meu abraço. Não quero sorrir só por estar presente.
Quero que o meu coração só respire.
Não que bata ao passo de uma presença...
Por vezes chove, é certo.
Mas fecho os olhos, guardo-me bem...
Nem me lembro de ter chorado.
Só chove.
Então, não te liberto.
Se eu pensasse,
já tinhas fugido. Já te tinha magoado.
Já tinhas partido. Tinhas-me abandonado.
Na verdade, és cruel... E,
se eu pensasse,
eu mesma tinha partido
abafado a crença de existires
indiferente à tua marca
que me magoou.
Só que
por vezes chove. É certo.
Então, não te liberto.
Porque... Confesso...
Um dia...
Confesso. Quis saborear...
Saborear-te.
Então, não te liberto.
Quando
por vezes chove. E é certo
que tu foste doce...
que te quis tocar...
quis provar
desconhecer-te.
Quando
por vezes chove
sou segura
a pensar no teu colo desajeitado.
Na tua marca
que me amou.
Na tua vontade incerta
de me ajudares.
No teu olhar
a querer esconder-se...
Já quase descoberto.
Depois rio
Mas rio perdidamente!
Só de pensar
no vadio, secreto e blasfémico desejo de te ter.