Pois claro...
Vem
Beijos, tenho muitos
Dá-me um abraço...
Vem
vem e traz-me o calor que uma vez me prometeste
Daquele calor que evapora as lágrimas
e enche, finalmente, o meu coração de ternura.
Estou onde me deixaram...
Procura-me por vontade de quereres estar comigo
Respiro fundo
Mais uma vez...
Fecho os olhos.
Respiro fundo
E outra vez.
É-me - finalmente! - permitido andar descalça outra vez...
O chão sabe a limonete com duas colheres e meia de açúcar
O seu tacto é de chocolate quente... um pouco espesso
E há morangos que me beijam os pés
Não gosto que me toquem nos pés!
Fecho os olhos.
Respiro fundo
Vai-te racionalidade conquistada!
Aqui o vazio invade-me a alma
O negro toca-me de leve
Adoro como me provoca!
Caio fundo nos meus pensamentos e procuro-te nas minhas gavetas mais arrumadas... Aquelas que digo ter esquecido.
Logo te largo... Prefiro pensar como é bom caminhar sem chão.
Este vento que que me agita sem eu precisar de correr...
Eu própria sou leve e misturo-me com este vazio
Esta racionalidade abandonada...
Esta ausência de pensamentos...
São estes passos doces...
A leveza do caminhar...
O vento rejuvenescedor...
Os cheiros ressuscitadores...
Que me lembram:
Aqui não está ninguém!
Não estás tu
Mas estou eu.
Fecho os olhos.
Respiro fundo
E outra vez.
Abro os olhos
É hora de continuar a estudar.
são quatro as janelas que olham para mim enquanto espero para te escrever... não são janelas são paredes... na verdade já não sei o que digo pois perdi as minhas regras para cumprir... esta janela é na verdade insuficiente para trazer luz ao meu sorriso que um dia vi existir... sim porque sei que há pelo menos uma janela e tenho ideia de já ter visto esse sorriso acontecer
hoje queria ser vermelho-sangue queria ser fúria e escrever freneticamente queria ter a raiva de atirar com tudo e queria voltar ao lugar onde ninguém me pode tocar... queria conseguir falar e saber gritar para me ouvirem... queria outra vez o meu grito sem resposta... queria correr por quem me procura e criar círculos sem fim que me dessem razão de viver
por aqui tudo é incandescente... tudo está prestes a rebentar... tudo perdeu a alma ou a alma que tem consome-se pelo vazio que provoca este meu respirar tão baixinho... por este suspiro que por vezes cai e torna mais frágil o meu chão... preciso deste ínfimo ar para continuar a escrever para ti... porque sem escrever as minhas mãos deixam de ter razão de ser
deixa de roubar maçãs... onde estiveres volta esquecendo a hora certa para mim...
devolve-me a voz do coração... mas só tenho a mim para te dar
De surpresa
De surpresa, mando-te estas flores... Para que sorrias espontaneamente!
A razão? Talvez para que me sintas perto... Não porque me considero uma flor mas porque tu, sim, és a flor! Pelo menos é assim que gosto de pensar em ti...
Partilhar contigo o que sinto... como penso... É forma de eu estar mais em ti, para que sejamos amigas, além de mãe e filha.
É que hoje o subterfúgio é este, sermos mãe e filha, para que nos lembremos de dizer que nos amamos...
Amanhã vamos estar longe outra vez e, assim sendo, renova-se a necessidade de dizermos o quanto gostamos uma da outra, o quando, no fundo, gostamos de nós.
Peço-te que, todos os dias, busques mais um motivo... Outro como este, do Dia da Mãe, para que digamos sem cansar e outra vez... e outra vez... e outra vez... Que o que nos une É AMOR!
ADORO-TE, MÃE!
Beijinhos,
Pati