Desculpa.
Tudo o que por aqui se passa é inédito...
Hoje esbocei um sorriso.
Aquele infantil de outrora
tão puro, inocente
De filme, de cinema
do que não existe porque não se sabe.
E, assim,
sou menos de cá...
Não é daqui que sou
do sítio a que nunca pertenci
Dizem que sou de lá
do sítio importante
inatingível e, por isso,
inacreditável.
Se eu pudesse...
Juro-te
Se eu pudesse continuava a chorar
A culpa não é tua.
Na verdade, tu fazes-me chorar.
Muito.
Eu é que não consigo mais...
Sou de lá. Mas sou humana
Tenta perceber Sou humana
Mas se eu pudesse...
Continuava a chorar Perdia o sorriso esboçado E voltava a ser do castanho banal
Aquele da paz depois de ter chorado.
E, secretamente,
o meu coração desenhava um novo sorriso
percorrendo-me os braços
que, de cor,
saberiam o teu cheiro
cada diferente toque do teu corpo
cada beijo carnudo dos teus lábios rurais
cada silêncio teu no meu ouvido
cada sentimento transpirado
cada palavra que não consegues revelar
Mas que eu sinto.
Hoje eu sinto.
Não foi por mal que te prometi o travo "amargo da solidão"...
Hoje só chove
para me lembrar de que não tenho, na verdade,
tempo para chorar.
"Eu tenho andando a pensar em nós"
mas...
Não há tempo,
nem para chorar.
Na verdade...
Precisava, agora,
do calor que só eu sei encontrar em ti
do não-sei-quê que te faz querer-me.
E eu
"tenho andando a pensar em nós
... já que os teus pés não descolam do chão".
E tu
"dizes que eu dou por gostar".
É por isto que não choro:
Lá fora chove.
É tempo de estudar.
E... Sinceramente...
Hei-de "dar-te a provar o travo amargo da solidão".