" Nem Metade "
Receber a tua maravilhosa mensagem causou em mim uma primeira vontade de te gritar: «Olha que caralho, mas tu achas-te no direito de algum dia poderes libertar-te de mim? Eu, invariavelmente, trago-te comigo!»
Não é que aqui haja alguma coisa para perdoar... Mas foi uma felicidade tão grande dizeres-me tudo aquilo... Que só apetece mandar tudo "pró alto"... Encontrar-me contigo na ACM... Dar-te um abraço... Pegar-te nas cavalitas e correr campo-a-cima e campo-a-baixo a gritar que estás de volta... que é tão bom seres de novo minha... ser de novo tua...
Ao mesmo tempo, é uma preocupação muito grande que cresce em mim... Porque te senti tão perdida... Tão atordoada por finalmente voltares à realidade e a quereres rodear-te de novo de quem te ama. Perdida... E magoada. Não sei o quê, mas alguma coisa aconteceu e eu sinto-o. E o que te trouxe de volta, não só até mim, mas até ao mundo verdadeiro que pretendes recuperar, teve que te magoar... Para acordares.
Não é mal nenhum que me procures... Sempre te disse, querido coração, que para festas e risos... Até para desabafos... Vais ter grandes amigos no Mundo.
Quando é a doer... Quando parece que nunca mais acaba... Quando ninguém parece compreender... Quando aquela lágrima não sai e fica sempre lá dentro... A apertar-te o coração...Vão ser sempre demasiado poucos os que vão coseguir entrar e varrer a tua tristeza.
Meu amor, hei-de ser sempre assim. Há coisas que não posso mudar.A minha disponibilidade para as pessoas que mais amo irrita profundamente o meu namorado... Coitado, sabe que a qualquer hora o telefone pode tocar e eu vou ter que tratar de todos, como se eu não tivesse os meus próprios problemas...
Mas o que sou eu sem eles? Sem vocês? Sem ti...
Para além disso, também nunca vou mudar o hábito terrível de dizer às pessoas o que são e como provocam quem os rodeia. (Lembras-te de uma determinada companheira de quarto que era «má»?)
Sabes tão bem que senti a tua falta...Amor, não te vou dizer que não te senti distanteNão te vou dizer que compreendi todas as tuas ausênciasNão te vou dizer que um abraço e um "adoro-te" foram suficientes...Tendo em conta que via partir logo em seguida.
Parecia um descargo de consciência,E tu não me deves nada.
Mas também não te vou negar que me faz falta a tua presença...Não te vou negar que me faz falta a tua amizade...O teu carinho...
Agora que penso no sorriso único que tinhas só para mim...Aquele verde que brilhava...Enquanto não largavas a bola dos pés...
É uma lágrima que cai,Dessas que corroem o coração.Agora que penso nisso...
E pergunto-te...
Estarás disposta a ter novamente o poder de varrê-la?