Respiro fundo
Mais uma vez...
Fecho os olhos.
Respiro fundo
E outra vez.
É-me - finalmente! - permitido andar descalça outra vez...
O chão sabe a limonete com duas colheres e meia de açúcar
O seu tacto é de chocolate quente... um pouco espesso
E há morangos que me beijam os pés
Não gosto que me toquem nos pés!
Fecho os olhos.
Respiro fundo
Vai-te racionalidade conquistada!
Aqui o vazio invade-me a alma
O negro toca-me de leve
Adoro como me provoca!
Caio fundo nos meus pensamentos e procuro-te nas minhas gavetas mais arrumadas... Aquelas que digo ter esquecido.
Logo te largo... Prefiro pensar como é bom caminhar sem chão.
Este vento que que me agita sem eu precisar de correr...
Eu própria sou leve e misturo-me com este vazio
Esta racionalidade abandonada...
Esta ausência de pensamentos...
São estes passos doces...
A leveza do caminhar...
O vento rejuvenescedor...
Os cheiros ressuscitadores...
Que me lembram:
Aqui não está ninguém!
Não estás tu
Mas estou eu.
Fecho os olhos.
Respiro fundo
E outra vez.
Abro os olhos
É hora de continuar a estudar.