Tu...
Desisto de ti. Desisto do teu amor.
Telefonas-me. Falas com a maior alegria que te invade o coração.
Tão espontânea que ela é! Tão pura...
Sim, é real. Estás feliz.
Concentro-me nas tuas palavras. Penso nelas.
Através da minha consciência falo, digo-te o que penso.
Dizes, "gosto de te ouvir".
E eu sinto as mais belas palavras que te poderia dar se também me amasses...
Falar-te-ia do que sinto.
Como me chegas ao coração.
Como cada palavra tua me fica na memória,
de forma a ter-te sempre presente,
agora que estás distante!
E cada vez que vens...
Cada pequeno gesto...
Cada pequeno toque...
Arrepia-me... Sinto a plenitude... Faz-me querer prender-te para sempre!
Como é, então, fácil para ti!
Vives de toques...
Vives de gestos...
Na verdade, acho que apenas cumpres funções.
Recebes de braços abertos,
mas com uma mão cheia de nada...
outra de coisa nenhuma...
e no coração um vazio inigualável!
E para ti as palavras são só palavras...
Não entendes...
Não sabes...
Não sentes...
Não sei!
Pedaço de madeira à deriva, naufragada...
Amo-te como amo o impossível...
O que para mim é tudo, para ti é nada!